quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Genuinamente Nacional - Brasileira sim!!! - Bailarinas Parte III -

Amigas e Amigos,
As imagens falam por si:














Abraços,
Paula Cunha.

* Fotos Retiradas dos seguintes Sites:

*Texto abaixo postado na Lista de debates sobre Dança, Dança Árabe e Dança do Ventre, a maior e primeira em Portugues a tratar do assunto.
Participe, Link ao Lado.

* Importante ressaltar que neste Blog, Todas as Postagens tem sua referencia, repasso as referencias da Internet, confiando que elas estejam corretas.

Lista,
Bom dia!!!

Lista, só uma observação em meu Blog são postados os textos mas nele tem fotos, aqui na Lista não posso postar fotos.
Quem interessar espero a visita:
Produto Nacional, e com detalhes que eu e voces estamos escrevendo aqui....
Ela foi INTERNADA.Literalmenete considerada:
- DOIDA
Volto com a mesma obsevação se Luz Del Fuego, Mata Hari, Isadora Duncan estivessem entre nos e em nosso seculo o XXI, penso que não sería NADA diferente na vida delas.
A Luz Del Fuego no Manicomio.
A Mata Hari, prostituta de luxo e fuzilada, dependendo do país em que estivesse ou como termos figurativo fuzilada pela midia e pelas "colegas" de trabalho.
Isadora, viveria sua melancolia por ter sua arte sem endentimento, estudo e aceitação.
E TODAS elas teríam que provar, como na sua epoca que eram boas, criativas e que só não estavam indo com MASSA, só não estavam para PADRÕES; que eram criativas e singulares,
" como TODO ser humano que se preze É."

Luz Del Fuego:
O surgimento de Luz del Fuego
1944 - E atenção, senhoras e senhores! Chegou o momento da grande atração da noite! Com vocês, a única, a exótica, a mais sexy e corajosa bailarina das Américas! Luz Divina e suas incríveis serpentes! Dora estava fazendo sua estréia como Luz Divina no palco do picadeiro do Circo Pavilhão Azul. Depois de dois anos, dezessete dias e quase uma centena de mordeduras, fazia seu espetáculo na companhia do casal de jibóias Cornélio e Castorina.

1945 - A Segunda Guerra estava chegando ao fim e Dora anotava suas experiências pessoais em um diário. Naquele tempo haviam treinamentos de blackout que deixavam Copacabana às escuras, “preparando-se para imaginários ataques dos inimigos”.
1947 - Luz Divina, por sugestão do amigo e palhaço Cascudo, mudaria o nome para Luz del Fuego, nome de um batom argentino recém-lançado no mercado. Segundo seu amigo, “nome estrangeirado atraía público”. Dora gostou da sugestão. A imagem do “fogo” representava bem sua nova opção de vida, já que antes ela era “água viva” (Vivacqua). Luz já havia salvado vários circos da falência com seus espetáculos e era contratada pela primeira vez pelo casal Juan Daniel e Mary Daniel, donos do Follies, um pequeno teatro em Copacabana. Suas falas - que ela nunca decorava - ficaram sob responsabilidade de um jovem membro da família que, aos doze anos, ingressava na carreira artística: Daniel Filho. O espetáculo Mulher de Todo Mundo fez muito sucesso. As notas na imprensa começaram a aparecer e, ainda que desvinculada do nome Vivacqua, as atividades de Luz causavam incômodo à família. Attilio havia sido eleito senador e ter uma irmã dançarina era um prato cheio para os adversários. Não bastasse isso, Luz resolve publicar seu diário com o título de Trágico Black-Out. Trechos comprometedores, como a sedução pelo cunhado, e fatos que aludiam a uma prostituição assumida davam o tom do livro. Attilio conseguiu comprar mais da metade da edição - mil exemplares - e colocar fogo nos volumes. Na orelha da capa do livro, Luz anunciava um segundo com o sugestivo nome de
Rendez-vous das Serpentes.
1950 - As idéias naturalistas de vegetarianismo e nudismo apresentados em Trágico Black-Out começavam a ser colocadas em prática. “Um nudista é uma pessoa que acredita que a indumentária não é necessária à moralidade do corpo humano. Não concebe que o corpo humano tenha partes indecentes que se precisem esconder”. Luz começou a tornar públicas suas idéias em um país onde ainda não se usava maiô de duas peças nas praias e o culto ao corpo se resumia aos concurso de Miss Brasil. Começou então a reunir um pequeno grupo de amigas na praia de Joatinga, próximo a sua casa na avenida Niemeyer. Apesar de ser uma praia deserta devido ao difícil acesso, Luz levava Domingos Risseto, Miss Gilda e Miss Lana (estes dois, transformistas amigos de Luz), alguns cães e, claro, Cornélio e Castorina, “sua maior garantia contra os abelhudos”. Todo esse cuidado não impediu que a polícia chegasse até lá e levasse todos para a delegacia. Luz percebeu então que o nudismo lhe asseguraria estar em evidência. Publicou o livro A Verdade Nua, também autobiográfico e no qual lançava as bases de sua filosofia naturista. A família não precisou se preocupar desta vez, porque as próprias autoridades deram sumiço no livro. A segunda edição foi vendida por reembolso postal. O dinheiro serviria para arrendar uma ilha na qual instalaria a sede de seu clube naturalista.
Primeira metade dos anos 50 - Luz del Fuego causava furor por onde passava. Do Rio de Janeiro, passou a ser conhecida em todo o país. Seus shows eram garantia de bilheteria certa e levavam todos ao delírio. Era o tempo das vedetes: Mara Rúbia, Virgínia Lane, Dercy Gonçalves e Elvira Pagã, sua maior rival. Luz chegou a ser capa da revista Life, nos Estados Unidos. Doava rendas de seus espetáculos para instituições beneficentes fazendo leilões de si mesma. Foi multada e detida para interrogatórios várias vezes, depois alardeava em praça pública que o delegado - juiz ou prefeito - era muito duvidoso para seu gosto, porque “homem que é homem aprecia a beleza do corpo feminino”. E era detida outra vez, por desacato à autoridade. Seus irmãos se projetavam na política, no comércio e na área artística. O parentesco era inoportuno e eles a perseguiam cada vez mais. Attilio comprava edições inteiras de revista nas quais Luz aparecia e perdeu as eleições para governador no Espírito Santo (o adversário espalhara cabos eleitorais fantasiados de padres que andavam pelo interior do estado apregoando que o senador Vivacqua era irmão de uma mulher demoníaca). Luz tirava proveito da situação e, quando necessitava de dinheiro, ameaçava dançar nua nas escadarias do Senado. Attilio a chamava de chantagista, mas ela dizia que estava apenas cobrando a parte que lhe surrupiaram da herança paterna. Dizia que seu banco preferido era o “Preconceito S.A., de propriedade dos meus irmãos”. Enquanto isso Luz se cercava de amigos homossexuais e de seu principal parceiro no palco, Domingos Risseto. Criou o PNB - Partido Naturalista Brasileiro e conseguiu isto à custa de espetáculos gratuitos, seminua, nas escadarias do Teatro Municipal. Attilio conseguiu que o partido não fosse registrado. Seduziu o ministro da Marinha para conseguir a cessão de uma ilha para a sede de sua colônia. Conseguiu a ilha de Tapuama de Dentro, que tinha dois terços de seus oito mil metros quadrados formados de rochas, além de cactos e arbustos secos. Sentiu-se enganada e com vontade de desistir, mas isto não era de sua natureza. “Domingos”, gritou do alto de um rochedo, “não é linda a nossa Ilha do Sol?
Segunda metade dos anos 50 - A Ilha do Sol passou a ser uma das grandes atrações do Rio de Janeiro, apesar de não fazer parte dos roteiros turísticos oficiais. Várias estrelas do cinema americano conheceram a ilha: Errol Flynn, Lana Turner, Ava Gardner, Tyrone Powel, César Romero, Glenn Ford, Brigitte Bardot e Steve MacQueen, que encerrou sua temporada de uma semana na ilha depois de acordar com uma das jibóias de Luz sobre seu peito. Em 1959, a loiríssima Jayne Mansfield e seu marido aportaram na ilha, mas foram proibidos de descer pois Jayne não queria ficar nua.
Anos 60 - Luz passou a viver na e para a Ilha do Sol. Suas reservas financeiras foram terminando, a idade foi chegando e o mito começou a desaparecer. Seus amantes já não eram homens influentes e ricos. Envolveu-se com Júlio, um pescador musculoso e analfabeto, com quem manteve uma relação de muitos meses. Para que ele fosse vê-la diariamente, sustentava sua família em Paquetá. Seu último amor foi o guarda portuário Hélio Luís da Costa. Casado e com dois filhos, mandava o dinheiro de Luz para casa enquanto passava suas folgas na ilha. Os amigos quiseram alertá-la para um possível perigo do envolvimento com pessoas “deste nível”. Ela respondia que não se preocupassem e arrematava:
“Eu sou uma Luz que não se apaga”.
Julho/agosto de 1967 - Os irmãos Alfredo Teixeira Dias e Mozart “Gaguinho” armaram uma emboscada para Luz del Fuego no dia 19 de julho de 1967. As ações criminosas de Mozart haviam sido apontadas à polícia por Luz, e ele queria se vingar. Atraiu Luz ao seu barco e a matou. Fez o mesmo com o caseiro Edgar. O crime só foi desvendado duas semanas depois, a partir do depoimento que um coveiro deu aos jornalistas Mauro Dias, do jornal O Dia e Mauro Costa, do jornal Última Hora. Alfredo foi preso e confessou a participação nas mortes. Os corpos foram resgatados no dia primeiro de agosto. Gaguinho escapou de forma espetacular trocando balas com a polícia durante quinze dias. Somente depois de ter matado um cabo foi preso. A morte de Luz del Fuego poderia não importar à polícia, mas a de um colega militar, em plena ditadura, era algo imperdoável. Gaguinho foi preso e, junto com o irmão, condenado à pena máxima. Cumpriu sua pena no manicômio judiciário do Rio de Janeiro. Alfredo converteu-se a uma igreja evangélica e buscou o arrependimento e o perdão através de uma missionária de nome Dora.
Ditou a um colega de cela os detalhes de seus crimes e chamou o relato de:
A Tragédia da Ilha do Sol.
Fonte: Livro Luz del Fuego - A Bailarina do Povo, de Cristina Agostinho

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